quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cocoricó.



Era assim: dois, dois, dois. Amigos, vixe, amigos.  Conheciam-se a pouco tempo, mas já tinham um punhado de intimidade.
Ela entrou no quarto:
- Vamos viajar.
- Terra do Nunca?
- Brasil.
- Avião?
- Carro. É uma fuga, pegue os óculos escuros, a maquiagem e a tinta pra cabelo. Não podemos ser reconhecidos.
- E se a polícia pegar a gente?
- Vamos presos.
- Meu óculos é o marrom.
E assim foi. O carro na garagem com a tampa traseira rabiscada de ‘’inocentes’’: cúmplice. Saíram, com os cabelos pintados de azul e os óculos. E há quem ganhou um bigode. Imagina se a polícia acha eles?
Iam pela estrada, cantarolando, fingindo estar bêbados, porque é assim: tudo fingimento. Gente importante não bebe.
Passaram em um local para comer. A garota saiu do carro e o menino a acompanhou com sua jaqueta de couro. Comeram uma pizza, comida de gente ruim, sabe. E ficaram satisfeitos ao sair do local sem ter pagado a conta (tinham só deixado uma pequena gorjeta para o garçom com o valor da pizza, do refrigerante e dos bombons embaixo do porta-quardanapo.)
Viram um policial: a garota colocou uma cartola. Ele mostrou os documentos, e olhou por cima dos óculos marrons. Saiu tranquilamente: riam. Tinham enganado o policial, tinham. E era tudo fingimento. Essa coisa boba, essa aventura. Nem se deram conta eles que foram pegues pelo amor.

Um comentário:

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